
MinutoMotor teve a oportunidade de pilotar a nova Harley-Davidson Low Rider S em duas ocasiões. A primeira durante as avaliações do Moto do Ano 2020, concurso promovido pela revista duas rodas. O teste com a nova integrante da família Softail aconteceu no Haras Tuiuti, circuito que fica no interior de São Paulo. A segunda ocorreu em um divertido passeio com executivos da marca e com outros colegas jornalistas. Experiências completamente diferentes que, com certeza, só reafirmaram as características “sem destino” de um dos modelos mais ‘bandidos’ da linha HD 2020 e que custa entre R$ 74.800 (preto) e R$ 75.400 (prata).

Uma constante solicitação dos entusiastas se tornou realidade. O retorno da Low Rider S agradou muito o público com perfil mais jovem que buscava uma moto de fábrica com características típicas das chamadas “Club Bikes”, representadas pelo guidão dirt-track em risers retos, pedaleiras centrais e capa sobre o farol. O estilo foi popularizado na série “Son’s of Anarchy”.

A nova integrante da linha Softail mantém banco solo como no modelo anterior da família Dyna; lanterna de Led, suspensão dianteira invertida e freio com disco duplo na dianteira. Conta ainda instrumentação sobre o tanque de combustível – um sinal clássico das Low Rider desde seu lançamento em 1977 -; além disso há rodas de liga-leve com acabamento em bronze. Uma clássica com personalidade radical irá atrair um público jovem, despojado e disposto a investir em desempenho.

A equipe do MinutoMotor tem estatura e peso compatível com o brasileiro médio (cerca de 1,75 m/ 80 kg), inicialmente, estranhou a ergonomia. Banco estreito, guidão alto e fechado e pedaleiras mais recuadas. Assim, o diálogo entre homem e máquina teve uma boa dose de interferência. Neste primeiro contato – quatro voltas na pista do Haras Tuiuti – deu para sentir saudade das power cruiser FXDR 114 e das antigas V-Rod e Night Rod Special. Mas se faltou uma maior sintonia entre homem e máquina em termos de conforto, sobrou torque do motor e ciclística ajustada, tudo bem amarrado pelo chassi duplo berço.

Já na estrada, a Low Rider S pareceu uma moto completamente diferente. A postura sobre a clássica moderna da HD foi melhorada e, consequentemente, o nível de conforto aumentou na máquina norte-americana. A posição de pilotagem estava mais relaxada, já que a marca fez alguns ajustes no guidão, recuado em direção ao piloto. Com mais confiança sobre a moto, o desempenho também melhorou, e muito!

Dan Morel, médico oncologista e um expert em se tratando de Harley-Davidson, segue o mesmo raciocínio. “Notei uma certa distância do banco para o guidão em sua posição original, causando um certo desconforto no punho direito na primeira vez que andei. Com ajustes no ângulo e na distância do guidão e o piloto, a ergonomia melhora muito e a dor no punho simplesmente desaparece”, conta o oncologista, dizendo que a Low Rider S é certamente uma das HD que mais sentiu prazer ao pilotar, pelo estilo, agilidade e acima de tudo, pela instantânea entrega de torque e potência do motor. “Não tiro o sorriso do rosto”, conta o médico que pilota Harleys há 28 anos.

Motor torcudo – Falando em motor, o Milwaukee Eight 114, de 1.868cc, é realmente uma usina de força. Esbanja torque desde as baixas rotações. São 16 Kgf.m liberados em sua plenitude a partir de 3.000 rpm. Já em função de ângulo de cáster recuado, a moto é divertida nas saídas de curvas, principalmente quando o motociclista gira o acelerador com vontade. Em uma retomada vigorosa, o piloto ‘cola’ no banco. Releitura dos modelos anos 1980 e 1990, a Low Rider S transmite boa dose de esportividade e dá até para raspar as pedaleiras no asfalto nas curvas mais fechadas.

A suspensão invertida na dianteira, aliada aos discos duplos e roda aro 19 polegadas e cinco raios, oferece equilíbrio, agilidade e segurança. Mas faltou o controle de tração e os modos de pilotagem, recursos já adotados na linha HD Touring.

O mesmo pode ser dito em uma condução urbana, onde a moto se torna prazerosa para se trafegar entre os carros. Sua entrada e saída de curvas são fáceis e não exigem esforço, assim como os freios com pinça com quatro pistões na dianteira e dois na traseira, associado ao ABS, param a moto com extrema eficiência, e para quem está acostumado a pilotar HD é uma grata surpresa.

O posicionamento do painel sobre o tanque, apesar de clássico e seguir o estilo impresso pelas Low Rider do passado, incomoda um pouco, já que o motociclista precisa baixar a cabeça para buscar as informações tanto do velocímetro como do tacômetro que também sofrem reflexos do sol em um dia mais claro. Mas o modelo pode ficar ainda mais divertido, confortável e com a sua cara. Quer saber como? Assunto para a próxima pauta sobre esta Softail da Harley. Aguardem!

E o preço da boneca?
Oi Jorge,
Boa tarde!
O preço está na última linha do primeiro parágrafo: custa entre R$ 74.800 (preto) e R$ 75.400 (prata).
Obrigado por nos acompanhar.
Forte abraço,
Aldo Tizzani
Editor-chefe