
O mercado de motocicletas – como centenas de outros setores – sentiu a redução drástica nas vendas em função da pandemia do novo Coronavírus. No ‘mundo moto’ houve queda de quase 70% nos emplacamentos de motos zero quilômetro, se compararmos com o mesmo período do ano passado (abril 2019/abril 2020).

Historicamente, na crise, o consórcio ganha importância e se torna uma opção interessante para quem não tem o dinheiro para comprar a vista e pode esperar a contemplação. Outro atrativo é o baixo preço das parcelas. Uma Honda Pop 110i, por exemplo, pode ser adquirida com parcelas de R$ 125,77. Preço de duas pizzas em São Paulo.

E muita gente optou pelo consórcio este ano. Do total de 275 mil motos emplacadas entre janeiro e abril, mais de 176 mil consumidores tiveram suas cotas contemplados no quadrimestre, segundo dados da ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. Ou seja, de cada 10 motos vendidas, seis foram compradas por essa modalidade. Tal número mostra como o sistema de consórcios é vital para quem compra, vende e, principalmente, para quem fabrica motocicletas no Brasil .

Marcelo Dias, proprietário da Star Motos, concessionária Honda de Rio Branco, no Acre, tem uma teoria para o crescimento de 50% nas vendas de cotas na região Norte do País. Na visão do empresário alguns fatores impulsionaram o consórcio neste período de pandemia: “aquecimento do mercado em função das rescisões trabalhistas, redução de gastos causado pelo isolamento social e injeção de dinheiro na praça (R$ 600 do auxílio emergencial) por parte do Governo Federal”, afirma o executivo do Grupo Star, dizendo que seu ‘carro-chefe’ na venda de cotas de consórcio é a CG 160.
Honda, Kawasaki e Yamaha

A princípio houve impacto negativo nas vendas do Consórcio Nacional Honda entre a 2ª quinzena de março e 1ª quinzena de abril, devido ao isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. “A partir de então, a modalidade vem apresentando tendência de recuperação. Foram comercializadas 198.553 cotas de motos entre janeiro e abril”, informa a assessoria corporativa da Honda.

Já a Kawasaki, quinta força do mercado nacional de duas rodas, registra um forte aumento na venda de cotas pelo seu consórcio oficial. Na comparação entre o mesmo período do ano passado, – de janeiro a maio -, o total acumulado de vendas pelo consórcio é de 3.672 unidades, ante as 3.072 cotas vendidas em 2019. São aproximadamente 120 cotas a mais todos os meses. Os modelos mais procurados da marca são Z900, Ninja 400 e Z400, naked que pode ser adquirida com parcelas de R$ 331,70.

“Apesar das dificuldades, o momento está muito favorável e as vendas aquecidas, sendo maio nosso recorde com 917 cotas”, explica Marcio Massami, diretor comercial do Consórcio Kawasaki Brasil. Para Vitor Gaubeur Rosinholi, Marketing Kawasaki, a marca também acertou na estratégia de divulgação e comercialização. “Reforçamos a presença digital e com isso as vendas de cotas online deram um salto”.

A Yamaha, segundo maior fabricante de motos do Brasil, também oferece ao consumidor a possibilidade de compra via consórcio. A marca foi consultada pela equipe do MinutoMotor, porém não disponibilizou os números para essa reportagem.
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